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“Juno Doran is a Portuguese/ British artist living in Cambridge, UK, working with Sound, Photography & Video in long term projects combining documentary and personal experience, developed in a progression of aesthetic and critical enquiry.”
Começa assim, a apresentação da artista multimédia de origem portuguesa, no seu website. Juno Doran nasceu em Abrantes, mas vive em Inglaterra desde 1992.
Com formação em Fotojornalismo no CENJOR – Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas, em Lisboa, desenvolveu os seus primeiros trabalhos na área da fotografia documental.
“Portuguese in London” foi o primeiro projeto que desenvolveu já em solo britânico, um ensaio fotográfico sobre a comunidade portuguesa em Londres durante a década de 90. Foi financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e exposto no Museum of London e South Bank Centre, como parte integrante do Festival “Lisbon in London”.
Em simultâneo com os seus projetos pessoais, trabalhou em fotografia editorial durante algum tempo para várias publicações, em Londres.
Posteriormente, mudou-se para Manchester, onde se dedicou a um projeto fotográfico de longa duração sobre a iconografia do movimento gótico.
Conforme explicou, o seu percurso artístico foi assim sendo moldado por dois fatores distintos: o apetite por meios realistas e informativos, em resultado do fotojornalismo, a par da atração pelo campo mais subjetivo da arte.
Durante algum tempo abandonou a fotografia e explorou a pintura – produzindo obras a óleo com um estilo foto-realista, no âmbito dos projetos que trabalhava: “Estava na altura saturada da fotografia, da falta de envolvimento pessoal no processo e a pintura foi na altura uma forma de redenção da fotografia, requerendo muito tempo e um esforço pessoal intensivo.” – afirma. Em paralelo com os projetos de pintura foi também explorando vídeo.
Com o objetivo de se familiarizar com a linguagem da arte moderna e contemporânea, frequentou então, o Curso Superior de Historia da Arte.
A dada altura, a autora sentiu que a pintura não satisfazia a sua necessidade de observação e reação ao mundo e também que a qualidade do trabalho era limitada. E com base num diálogo prolongado consigo mesma, decidiu que a sua sensibilidade visual e a necessidade de envolvimento mais íntimo com o trabalho só poderia ser adquirida pelo uso simultâneo de vários meios mais imediatos, como a fotografia, o som e o vídeo, aplicados a projetos de longa duração. Esta tem sido a sua metodologia de trabalho nos últimos 5 anos.
As criações da artista são assim caracterizadas por esta natureza única, multidisciplinar e sensorial. Mas são sobretudo imagens (visuais e sonoras) que nos falam das suas relações e experiências do e no mundo, num tom narrativo absolutamente pessoal, intimista e precioso. Que nos mostram e permitem explorar outros mundos. Delicadas gotas de orvalho sob a luz radiante da manhã.
E que nos guiam na exploração dos seus interesses – a exploração dos fenómenos existenciais: a memória, a identidade e a experiência pessoal e social, entre outros.
Da sua já extensa e variada biografia fazem parte várias exposições individuais e coletivas de âmbito internacional, em especial em Inglaterra e Estados Unidos, mas também filmes e sonoridades, participações em publicações, talks e prémios. O trabalho que desenvolve pode também ser conhecido e comprado online em junodoran.com, e nas redes sociais: Instagram @juno.doran, Twitter @junodoran e Facebook juno.doran.art.
No próximo mês de dezembro algumas das suas fotografias e um dos seus trabalhos multimédia – combinando fotografia, som e vídeo -, estarão expostas na galeria “Quartel”, em Abrantes.
Imagem: Foto integrada num projeto titulado “Home”, no qual se explora a condição de proveniência, numa era migratória em que muita gente vive longe do sitio onde nasceu.
Presidente da Associação Médio Tejo Criativo, Sónia Maria de Matos Pedro é licenciada em Antropologia – Ramo Antropologia Social e Cultural pela Universidade de Coimbra – Faculdade de Ciências e Tecnologia e Mestre em Cidades e Culturas Urbanas pela Faculdade de Economia também da Universidade de Coimbra. Já trabalhou em diversos projetos empresariais e atualmente desenvolve trabalho no Tagusvalley – Tecnopolo do vale do Tejo, um Parque de Ciência e Tecnologia localizado em Abrantes. Segundo diz a própria, “ideias e projetos para o futuro é que não faltam”.